Crônica da sexta. Aos artistas, o Nirvana.

   Para cada artista que morre, desde os mais destacados até o malabarista-palhaço do circo de lona furada, Deus deveria levar dez políticos. Imagino que seria trabalho multiplicado para São Pedro no portal celestial.

    Na frente do santo invocadão, duas filas, a dos artistas, com apenas um sujeito, magrinho, coitado, e outra,  a dos  políticos, gordos e perfumados. São Pedro olha para o magrinho:
   - Você. Era o que na terra? 
   - Eu? Ah, eu rodava bambolê em semáforo. 
   - Fica aqui, fila da esquerda, Nirvana. 
   E agora ele aponta para a fila dos políticos:
   - PRÓXIMO!... Você, o que fazia na terra? 
   - Eu fui deputado e senador. Votei privatizações e impeachments golpistas para melhorar o Brasil. 
   - É?
   - É
   - Beleza, fila da direta, purgatório. 
   - Mas...
   - FILA DA DIREITA, PURGATÓRIO. Além de safado é surdo?
   São Pedro fecha o livrão de registros: 
   - Caraio. E por hoje chega, tô cansado. 
   Chiadeira, Um anjo se manifesta, meio nervoso: 
   - Mas São Pedro, só tinha um artista, olha a fila de políticos. 
   - FDS. Que esperem. Amanhã mando tudo pro inferno.
   E retirou-se, pisando firme.
 
        

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